Por um lado cenas. Por outro, personagens. Tudo em preto e branco, mas separados. PARADIGMAS desta vez promove o encontro de dois fotógrafos: o brasileiro Cláudio Versiani e o catalão Luis Plana del Llano. Dois viajantes. Dois artistas de olhos treinados no enquadramento, na luz e na contextualização dos espaços e das pessoas que os inventam.

Ao longo de sua vida, Luis Plana percorreu o mundo, fotografando representações de personagens que, por motivos diferentes, são referentes históricos, exibidos e catalogados em museus de diferentes cidades. Pouco importam seus nomes, épocas ou origens. Plana, agora, os reúne na no espaço de PARADIGMAS como uma coleção de ‘revividos’, uma galeria de retratos de gente que parece que conhecemos, mas não sabemos muito bem de onde. Em uma atitude tipicamente contemporânea, o artista fragmenta, descontextualiza e se apropria da obra de outros para criar a sua. Edita e ‘reencuadra’ representações em pedra produzidas em outros tempos para humanizá-las e permitir que nos aproximemos de expressões e sentimentos que seu olho de viajante solitário encontrou em estátuas mundo afora. Como diz o poeta Federico Valenciano em seu texto de apresentação da mostra, este ‘olhar inteposto’ redime as esculturas de sua impassibilidade e as atualiza.

Versiani, jornalista profissional, na sua série Paisagens Humanas, cruza a fronteira do registro documental para construir cenas que já existiam, mas que continuariam inéditas, não fosse por seu olho treinado, como revela Graça Ramos, curadora da mostra. O fotógrafo lida com escalas para tentar “mostrar o tamanho real do ser humano em relação à terra”. Cruzando continentes, ele enquadra o deslocamento das pessoas tanto em grandes cidades como Chicago e Nova York, nos Estados Unidos, como em pequenas como Óbidos e Monsaraz em Portugal. “Cenas colhidas no instantâneo, poeticamente exuberantes, que demonstram forte dose de envolvimento afetivo na construção da estratégia-narrativa”, explica Ramos. A partir de oito imagens em grande formato, se pode ter uma mostra de como o artista espia às pessoas em suas cidades para compor uma “teatralização da solidão inerente à existência humana”.

Com abertura na próxima quinta-feira, dia 19 de julho, às 19h30, as exposições irão até o dia 19 de agosto.

 

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